Bojo da Macaíba, uma manifestação da cultura popular fundada em 2009 no “Terreiro do Coco de Roda de Pontezinha” Cabo de Santo Agostinho, herdeiros e discípulos da Mestra coquista Amara Joana e Mestre Zezinho de Valério (Fundadores do Coco de roda de Pontezinha) Utiliza em seu universo musical o ritmo do coco de roda, o grupo preserva e mantém originalidade das métricas, corpo percussivo batidas e trupés dos antigos Mestres (as). Muitas definições foram traçadas a respeito do coco. A maioria concorda que ele foi primeiramente um canto de trabalho dos tiradores de coco, e que somente depois se transformou em ritmo dançado. Uns afirmam que ele nasceu nos engenhos, indo mais tarde para o litoral e espalhando-se posteriormente nos ambientes mais sofisticados. Outros, no entanto, dizem que ele é essencialmente praieiro, devido à predominância da vegetação de coqueiros encontrados nesta região.

Pontezinha, bairro da cidade do Cabo de Santo Agostinho com mais de 20 mil habitantes, surgiu da permanência de escravos fugidos de Recife e Olinda que a caminho do Quilombo de Palmares achavam abrigo no meio do percurso e ali ficavam.

O nome do lugar originou-se de uma ponte de madeira sobre o rio Jaboatão que atravessando deparava lá adiante com outro lugarejo da família dos Carvalhos; que também teve como referência a cuja ponte de madeira a única que separa até hoje esses dois distritos da cidade do Cabo de Santo Agostinho.

O primeiro samba de coco realizado em Pontezinha, aconteceu na casa de um dos descendentes dos escravos, na casa de seu Bartolomeu conhecido como “seu Lô” foi onde balançou o primeiro Ganzá, Pisada do coco trupé, Palmas e Versos de coco. Os mestres juntamente com o povoado, se reuniam durante qualquer tipo de comemoração, sobretudo no período junino onde o folguedo era mais intenso, as métricas usadas pelos Mestres, ditas e cantadas até hoje são de base sertaneja, onde fala de fatos ocorrido no bairro, de santos católicos e de desafio (cantador para cantador). A base Percussiva do coco de roda de Pontezinha, o Bojo da Macaíba utiliza os instrumentos de percussão: Zabumba, ganzá, pandeiro, caixa e triangulo, mantendo o original.

O grupo lidera uma das mais antigas sambadas do estado de Pernambuco com mais de 40 anos de existência, sabido que, o coco de roda de Pontezinha é um folguedo secular.

A família Bojo da Macaíba

Nino Souza: Triangulo e Voz

Morgana: Ganzá e Vocal

Clóves: Zabumba e Vocal

Nado: Pandeiro e Vocal

Mestre Soares: Caixa de Guerra e vocal

José Francisco de Souza conhecido como Soares é pai de Nino Souza (um dos fundadores do Bojo da Macaíba), Filho de dona Amara Joana (Mestra de coco) e de seu André o primeiro zabumbeiro do coco de Pontezinha. Neto de dona Guilhermina a juremeira mais antiga do bairro.

Soares deu início em sua carreira de percussionista em um grupo de seresta na década de 60 com os músicos da época: Augusto Curato, Cidrone e Antenor.

Na mesma década iniciou no Coco e Ciranda de Pontezinha inovando a batida rítmica do seu instrumento (Caixa). O Mestre Zezinho de Valério não iniciava o coco sem que Mestre Soares tivesse no salão, pois o Mestre Zezinho gostava da pegada do caixa batizada de “batida queimada”. O mestre Soares continua participando do coco de roda de Pontezinha sendo reverenciado e respeitado como percussionista do folguedo.

“Brinco coco porque amo, só deixo de brincar quando morrer.”

Soares

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Jiriquiti Miudinho


Jiriquiti miudinho ensinai-me os bons caminhos (trecho da Jurema Sagrada)
Jiriquiti miudinho ensinai-me os bons caminhos

Me ensine a cortar as águas
Me livre da correnteza
Não quero ser uma presa
Me proteja no caminho

Jiriquiti miudinho ensinai-me os bons caminhos
Jiriquiti miudinho ensinai-me os bons caminhos

Não deixe eu sofrer nas águas
Que as ondas nunca me leve
Que o arpão nunca me acerte
Nunca me deixe sozinho

Jiriquiti miudinho ensinai-me os bons caminhos
Jiriquiti miudinho ensinai-me os bons caminhos


Letra: Nino Souza
Música: Bojo da Macaíba

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Calendários de bolso Malunguinho, já a disposição ao público


 Imagem do Calendário de bolso Malunguinho 2012. Foto de Thiago Bianchetti

Calendários de bolso Malunguinho, já a disposição ao público

Já está a disposição de todas e todos o calendário de bolso oficial do Quilombo Cultural Malunguinho 2012. Esta iniciativa marca o início das comemorações do VII Kipupa Malunguinho, que acontecerá dia 23 de setembro do corrente ano. 

Para o calendário, foi escolhida em grupo a fotografia do amigo Thiago Bianchetti, que no dia 1° de maio de 2011, registrou o assentamento de Malunguinho na Cada da Lavadeira, na ocasião da Festa da Lavadeira. O local é um terreiro Ketu, dirigido pelo ogan Eduardo Melo, realizador da grande festa para Iyemojá. No templo, ainda não existia culto à Jurema Sagrada. Portanto, nós do Quilombo Cultural Malunguinho, decidimos por conta própria levar o Rei da Jurema para morar dentro do espaço sagrado do terreiro, embaixo de um frondoso cajueiro, em seu quintal. portanto, ali se firmou pelas minhas mãos, a de João Monteiro e a de Sandro de Jucá, o culto à Jurema e à Malunguinho. Vale ressaltar que este ato de amor, foi movido pela intenção de fortalecer mais ainda o irmão Eduardo Melo, que nos últimos anos vem sofrendo represálias sérias por conta da Festa que realiza a 24 anos. Os ricos e milionários moradores da região, não querem a cultura popular, muito menos coisas de terreiro em área nobre da Reserva do Paiva/PE. Mas a resistência do povo tem se mostrado forte presente!

Neste contexto, o irmão Bianchetti, eternizou um momento muito especial e cheio de significado para todos nós. E, esta bela fotografia, claro, tinha que ser utilizada em nossos materiais como símbolo de resistência da memória da Jurema e sua expansão.

Este material já está a disposição em nossas mãos. Portanto, os interessados se comuniquem para solicitar os seus. nossa intenção é tentar distribuir para o máximo de pessoas possíveis.

Entrem em contato em:

alexandrelomilodo@gmail.com / dundunmonteiro@yahoo.com.br 
ou pelos telefones: 81. 8887-1496 e 9428-4898
Poderemos enviar pelos correios também.

Salve a fumaça!

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com